sábado, 13 de junho de 2009

Rebelde Way


Após ter tirado um mini-curso intensivo de enfermagem nos últimos dias, não nego que deva ser uma profissão bastante interessante, no entanto, acho que não tinha coragem para tanto ...
Já dava valor a esta categoria de pessoal, mas agora ainda mais dou, pois como sabem tenho lidado de perto com certos acontecimentos aos quais não estava habituada, nem nunca pensei passar.
É sabido também e já referido neste blog, que os idosos dizem coisas, que por vezes custam ouvir.
No entanto, não deixa de ter a sua piada e no meio da tristeza, ainda existe algum humor à mistura, que até ajuda a ultrapassar os piores momentos.

Vou dar alguns exemplos:
* Estava a colocar baton do cieiro nos lábios da minha avó, pois reparei que estavam a ficar muito secos, e ela muito abruptamente responde: " Mete isso no ...",
* ou quando estamos a mudar a fralda e ela responde: " Deixem-me a pinta",
* ou mesmo quando estamos a mudá-la de posição para evitar escaras e ela responde: "Vão mas é à me**da"

Fomos avisados com alguma insistência, para nunca deixar a minha avó chegar à sonda, tanto que tem o braço do lado direito preso, o lado esquerdo está imóvel.
Não sabemos como, mas ela ontem conseguiu tirar o raio da sonda e demos por isso quando ela tossiu de uma forma muito aflitiva. Vimos logo que algo não estava bem. Penso que ela ao não chegar com o braço à sonda, fez descer o corpo, de modo a conseguir arrancar a sonda com a mão, Muito espertinha!
Só que a experiência não correu lá muito bem, e descobri que os médicos esqueceram-se de nos dar uma informação fulcral quanto à importância de manter a sonda.
Ela não conseguia respirar, pois acumulou demasiada porcaria no canal respiratório.
Pensei que era ontem, e ainda por cima ela ia-me ficar nos braços, pois fiquei perto dela para ver se a acalmava apór ter chamado o INEM, que foram super rápidos, mas pareceu uma eternidade...
Aspiraram-na, e garanto-vos que não é nada bonito de se ver.
Acabou por passar a noite no hospital, mas regressou logo pela manhã com a confirmação de que não há nada a fazer, pois é uma questão de tempo . . .

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